No começo, não aguentava correr dois minutos

Em 2007, me matriculei em uma academia perto de casa e entre os exercícios aeróbicos, tentei correr na esteira, mas não conseguia correr mais do que dois minutos. Minha respiração não ajudava em nada. Poucos minutos correndo e eu já estava exausta.

Um dia, um personal trainer que percebeu minhas tentativas de correr, me incentivou a dar pequenos trotes e a controlar melhor a respiração.  Foi então que consegui aumentar o tempo da corrida. De dois minutos para cinco, de cinco para dez e, em pouco tempo, já estava conseguindo correr 40 minutos, direto na esteira. Não preciso nem dizer o quanto fiquei orgulhosa dessa façanha.

Meu objetivo, quando me desafiei a correr, foi o de ultrapassar a barreira causada pela falta de controle na respiração.  Com a prática diária conquistei mais fôlego.

Mas naquela época, eu ainda não tinha plena ideia do poder transformador da corrida. Então após alcançar meu objetivo, inconscientemente, deixei de correr e o esporte ficou no passado.

Retorno às corridas

 

Em 2015, estava decidida a investir, novamente, nas corridas, mas dessa vez não queria ficar na academia, eu queria ir para as ruas. Comecei a correr em um bosque perto de casa, uma ou duas vezes por semana. Não tinha muito tempo para treinar. Mas era o que tinha para aquele momento e foi assim que consegui participar da minha primeira corrida de rua.  Mulheres em Movimento, no mês de outubro. Foram os meus primeiros 5 km, em um domingo nublado e com garoa no Aterro do Flamengo.

A primeira corrida de rua foi o maior incentivo  para voltar a correr e não parar mais.  Cada corredor tem uma história, alguns são iniciantes, outros maratonistas, alguns estão retornando para as corridas, mas todos têm o mesmo objetivo: finalizar a prova bem e com a sensação de dever cumprido.

Durante dois anos, continuei correndo quando podia e, na maioria das vezes, sozinha. No final de 2017, uma amiga me convidou para participar de um grupo de corrida, a  Cia da Amizade. Foi lá que tomei vergonha na cara e comecei a levar os treinos mais a sério. Mas foi só em 2018 que comecei a correr com mais frequência com o grupo. Aos sábados e domingos estávamos juntos e, uma vez na semana, corria sozinha na praia.