Quem sou eu

Beatriz Legaspi, jornalista, corredora amadora, reikiana, e voluntária da ONG MAP – Movimento de Amor ao Próximo.

A corrida devolveu as rédeas da minha vidaSou daquelas pessoas que gostam de analisar a vida e refletir, pois para mim tudo na vida tem um porquê, digo, um para que.  Por qual motivo determinada situação ocorreu? O que ela quer me mostrar? Qual o aprendizado? Como aprender de fato? O que eu posso fazer para melhorar? Será que não estou me empenhando o suficiente?

Sempre fui de correr atrás, de buscar o que eu queria, mas após uma transição de carreira nada favorável, no ano de 2016, me perdi de mim mesma. Sentia-me estagnada, sem grandes interesses ou motivações. Já não estava mais me reconhecendo, não sabia quem eu era ou o que eu queria da vida. Na época, não percebia que eu guardava muitos sentimentos e questionamentos, sem respostas, dentro de mim. Passei, então, por uma nova transição, dessa vez bem favorável, mas o sinal de esgotamento mental já havia sido acionado e escolhi, na época, não buscar mudanças e deixei “a vida me levar” de uma forma errada.

Deixei o barco seguir, sem colocar as mãos no timão, sem definir qual rumo eu deveria seguir. Foi então que “a vida me pegou pelos ombros” e me deu aquela sacudida: tive síndrome do pânico, em agosto de 2017, uma crise forte – sensação de perseguição, de todos os tipos, falta de concentração, fraqueza e total apatia. Durou, exatamente, duas semanas: a primeira, na qual fiquei apática, e a segunda com sensações diárias de perseguição.

Mudanças necessárias

Fiquei afastada 15 dias do trabalho, iniciei terapia (extremamente importante) e comecei a fazer algo que eu não fazia por mim: reservar um tempo para fazer coisas que me davam prazer! Fui dançar e voltei a correr! A dança me tornou mais flexível nos pensamentos e atitudes. Comecei a correr em 2015, mas eu não tinha uma rotina de treinos e sempre parava. Após a síndrome do pânico, incluí a corrida, definitivamente, no meu dia a dia. Na verdade, foi só na pós-crise que fui entender porque eu deveria correr. A corrida devolveu “as rédeas da minha vida” e promoveu uma mudança na minha forma de pensar e de ver o mundo.

Como as mudanças foram muito positivas para mim, decidi compartilhar, inicialmente, com amigos, no meu facebook, textos motivadores para quem precisava mudar a forma de ver a vida e viver mais leve. Em 2022, decidi levar para mais pessoas esses textos inspiradores.

Sobre os meus treinos, durante a pandemia eles ficaram mais reduzidos. Retornei às corridas em 2021 e no início de 2022 comecei a treinar com mais dedicação. Já alcancei os meus primeiros 19 km e penso a curso prazo em uma meia-maratona (21 km). Já a Maratona (42 km) é um projeto futuro. Por enquanto, aproveito o prazer e as transformações que a corrida me proporciona, e curto a paisagem.